OAB diz que peça em que Jesus é representado como transexual não pode ser considerada ofensiva

Após a polêmica envolvendo a suspensão da peça em que Jesus é representado como transexual, em Salvador, a Comissão da Diversidade Sexual e Enfrentamento à Homofobia da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Estado da Bahia (OAB-BA) se posicionou sobre o caso. Para os membros da Comissão, a peça não pode ser considerada ofensiva.

“A liberdade de expressão artística é constitucionalmente garantida, embora não seja absoluta e não pode ser usada como álibi ou fundamento para ataques ou ofensas à fé alheia”, contudo a “reinterpretação de símbolos religiosos, especialmente os que estão tão profundamente integrados à cultura, não pode ser considerada ofensiva à liberdade religiosa por afrontar o gosto ou a percepção de alguns fiéis”, disse por meio de nota.

A OAB ainda garantiu que medidas serão tomadas para que a Constituição seja protegida, assim como a ordem jurídica do Estado democrático de direitos e os direitos humanos. Afinal, segundo a Comissão, não se pode permitir a censura de um espetáculo privado para satisfazer sentimento de violação de fé de alguns.

Na sexta-feira (27), o juiz Paulo Henrique Albiani Alves determinou a suspensão do espetáculo “O Evangelho segundo Jesus Rainha do Céu”, que iria acontecer no Espaço Cultural da Barroquinha, em Salvador, durante o Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (Fiac-BA). Mesmo com a proibição, a peça foi apresentada no sábado (28).

*VN



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