Após queda de ponte, moradores de povoados se arriscam em ponte improvisada em Barreiras

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Moradores do povoado de Cajuerama, na zona rural de Barreiras, no oeste da Bahia, tiveram que improvisar uma ponte com galhos de árvores, para conseguir acesso ao centro da cidade, a outras comunidades e também à BR-242. Isso porque a ponte de madeira foi incendiada e caiu em junho de 2016, e até agora uma nova não foi construída.

O rio que passa sob a ponte tem mais de três metros de profundidade e muitas vezes, para conseguirem chegar até a escola, crianças atravessam a ponte improvisada sozinhas.

Sem a ponte oficial, por onde também passavam carros, os moradores de Cajuerama precisam caminhar até 20 quilômetros até chegar a um local onde tenha transporte. “É na perna. Tem vezes que ando doente. Sou obrigada a caminhar direto até chegar na pista para pegar um carro”, destaca a aposentada Domingas do Carmo.

Sérgio da Rosa, presidente da associação de moradores do povoado, diz que sem a ponte improvisada, a caminhada seria ainda maior. “Se a gente for fazer a volta, dá 50 km até a pista. Já por aqui dá 17 km. Como que vamos tirar uma criança doente daqui?”, questiona.

“Está sendo muito difícil para a gente. Todos os dias a gente tem que acordar as 5h da manhã e às 6h já tem que estar aqui no pé da ponte para atravessar as crianças. Não só eu como as outras mães também”, diz a dona de casa Sirleide Souza.

O pai de Sandra Souza, moradora do povoado, mora do outro lado da ponte, na comunidade da Melancia. Doente, o homem tem dificuldades para caminhar e não consegue passar pela ponte improvisada. Por isso, é ela que tem que passar, com a filha no colo, para visitar ele.

“De onde eu moro até a casa do meu pai são 7 km. E eu tenho que vir aqui a pé, passar por essa ponte e depois procurar um carro e pagar R$ 150 pra levar em Barreiras, sendo que tenho carro e tenho oportunidade de levar ele até Barreiras, mas não tem como porque a ponte está caída”, afirma Sandra.

Durante a produção da reportagem, um dos galhos da ponte improvisada quebrou e uma moradora de prenome Iolanda caiu dentro da água. Por sorte, ela estava já na margem do rio e não se feriu. “Se não tivesse ninguém para ajudar eu tinha morrido afogada, porque não sei nadar”, disse.

Depois de enfrentar os quase 20 km de caminhada e chegar até a pista, a dificuldade continua. isso porque a estrada é de areia e os veículos têm dificuldade de circular pela via.

Segundo o motorista Luciano Santos, quando chove, os veículos não conseguem trafegar na estrada: “Está precisando também arrumar a estrada. A ponte e a estrada. Se chover não roda, não.”

A prefeitura de Barreiras foi procurada e informou que a ponte de Cajuerama está em um grupo de 18 pontes que serão recuperadas no município, entretanto não informou quando a obra irá começar. Com relação à estrada, a prefeitura afirmou que as estradas da zona rural estão em boas condições e que estão passando por manutenção.

 *G1


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