Maria Angélica Lima, de 45 anos, a babá que aparece em uma foto polêmica que circula nas redes sociais, conversou com o jornal Extra e revelou que a o domingo era para ser um dia como qualquer outro, em que ela trabalha aos fins de semana, cuidando dos gêmeos de um morador de Ipanema.
A babá aparece na imagem empurrando um carrinho de bebê durante a manifestação do último domingo (13) em Copacabana. A repercussão do caso assustou Maria Angélica.
“Me senti exposta. Acordei e vi minha cara no jornal. Foi um susto”, afirma. A reportagem conta que ela é moradora de Nova Iguaçu e estudou até o ensino médio. Angélica estava trabalhando para ajudar nas contas da casa, onde vive com o marido e as filhas, de 2 e 16 anos.
“O pobre é que sofre. O preço da comida aumentou muito. Íamos reformar a casa, mas não vai dar”, conta.
Durante a entrevista, a babá diz que não acredita na presidente Dilma Rousseff nem no vice, Michel Temer (PMDB). Para ela, “nenhum deles presta”. Angélica disse que votou duas vezes em Aécio Neves (PSDB), em 2014. A babá revela que acredita nas propostas do tucano e admira a figura do juiz Sérgio Moro, que já condenou 67 pessoas na Operação Lava Jato. “A solução do Brasil começa por mudar o Congresso todo”, comenta Angélica.
Angélica ressaltou que “não estava fazendo nada demais”. A babá afirma que estava no seu horário de trabalho, cumprindo a sua função. “Ele, como meu patrão, estava indo à manifestação. E eu estava indo com eles para acompanhar as crianças. Eu tenho que estar perto. E só. Mais nada”, explica.
Questiona pela jornal Extra se estaria indo obrigada. Angélica afimr: “Não. Claro que não”.
Na opinião da babá: “As pessoas querem o impeachment e que as coisas mudem, mas não vai mudar”. A presidente Dilma saindo, quem entrar vai continuar roubando. O Brasil é assim. Quem está com dinheiro, como os políticos, vai continuar tudo bem. A gente que vai sempre levar a pior”.
Angélica também explicou que não trabalha durante a semana, pois quer curtir a infância da filha mais nova. Ela também disse que quem cuida das filhas quando ela está no trabalho, é o seu marido. “Meu marido trabalha às vezes no fim de semana. Então, a gente contrata uma menina, que mora aqui perto, para tomar conta da menorzinha”.
Sobre o fato de usar uniforme, Angélica se mostra a favor. “Acho que é um dever que a gente tem. Desde o momento que a gente trabalha e tem uniforme, a gente tem de usar. Tem casas que não pedem, outras precisam. Eu acho até melhor porque preserva mais as nossas roupas. E tudo eles que dão. Eles dão sapato, calça, bermuda, blusa. Minha patroa que fornece”.
A babá também contou que foi o patrão quem mostrou a polêmica envolvendo a foto nas redes sociais. Segundo ele, o patrão disse: “Olha, Angélica, está acontecendo uma coisa chata”. E me explicou o que era. Eu falei: “Sinceramente, seu Cláudio, eu não estou nem entendendo nada disso”.
A reportagem questionou se Angélica queria deixar um recado aos internautas: “Não fiquem preocupados. Quem me apoiou, sabe do valor da gente, que é babá, de trabalhar, de ter nosso dinheiro. A gente tem de dar valor ao trabalho, independente de usar de uniforme ou não”.
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