Reparos de veículos e computadores estão em alta

Em meio ao cenário de retração econômica, algumas atividades continuam a ser vistas como apostas de mercado para empreender. Uma delas é a reparação de veículos e computadores, segundo pesquisa divulgada este ano pelo Sebrae nacional.

Com a alta do dólar e o aumento das taxas de juros, muita gente desistiu de investir em novos equipamentos de informática e deixou de trocar o carro. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de vendas do varejo não apresenta crescimento desde maio de 2014. Em setembro de 2015, o índice foi 3,3% menor em comparação ao mesmo período no ano anterior.

O Sebrae justifica as vantagens do setor com base no comportamento da população nos últimos anos, quando o consumo de bens duráveis foi muito disseminado.

“Como as pessoas não compram novos produtos, é um nicho que, independentemente da crise, continua dinâmico”, descreve Adhvan Furtado, superintendente do Sebrae Bahia.

Negócios promissores

Outros negócios que podem apresentar resultados positivos de acordo com a pesquisa são: salões de beleza e venda de cosméticos, confecção de roupas, fabricação de bijuterias, reciclagem e alimentação (refeições prontas).

A loja Target Informática, no Caminho das Árvores, teve um aumento de 30% dos serviços de manutenção no último ano. Em dezembro de 2014, a empresa realizou 43 atendimentos. No mesmo período em 2015, o número chegou a 69. A média subiu de 40 para 70 serviços por mês.

“As pessoas chegam à loja dizendo que, por causa da crise, preferiram consertar o equipamento a comprar um novo”, relata Andersen Andrade, proprietário.

No setor de veículos, aquecer as oficinas das concessionárias foi a solução que o grupo MC, que reúne as marcas Ford, Ford Caminhões, Renault e Fiat, encontrou.

“Nos Estados Unidos, com a crise imobiliária, em 2008,  muitas concessionárias fecharam as portas. As que conseguiram se manter, aumentaram as passagens por oficinas. É a opção que estamos investindo”, explica Luiz Pimenta, diretor financeiro da rede.

No último ano, o setor de serviços da empresa cresceu 20%. Já as vendas de automóveis apresentaram uma redução, em consonância com o cenário econômico do país.

Outro lado

Já em bairros periféricos, mesmo o setor de reparação de computadores vive uma retração. Marcos Oliveira, dono da Digiart Soluções, no Calabar, viu os clientes caírem pela metade em 2016. Para incrementar as atividades, ele passou a oferecer descontos.

Para Adhvan, a situação de Marcos é um reflexo de como a crise atinge de forma mais grave a população menos favorecida. “No bairro periférico, as pessoas têm salários menores. Com o aumento do custo da alimentação por causa da inflação, falta recurso para investir fora do lar”, avalia.

 

 

 



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