Vereadora de Niterói Benny Briolly deixa o país após ameaças de morte

Vereadora de Niterói Benny Briolly (PSOL-RJ) (Crédito: Reprodução/Instagram)

A vereadora de Niterói, no Rio de Janeiro, Benny Briolly (PSOL), primeira parlamentar trans eleita na cidade, anunciou na noite desta quinta-feira (13) que precisou deixar o Brasil após receber ameaças de morte.

Por meio de uma nota publicada em suas redes sociais, Benny diz que a decisão de retirá-la do país para proteger sua integridade física foi tomada pelo seu partido, o PSOL.

“Para assegurar sua vida, o Psol precisou tomar uma medida drástica de tirar Benny do país. O que é absurdo e incompatível com o Estado democrático”, diz a nota.

Esta não é a primeira vez que a parlamentar é ameaçada. Em março, ela chegou a acusar o colega de Câmara Douglas Gomes (PTC-RJ) de agressões verbais e quase físicas.

O comunicado sobre sua saída do país diz que, “desde que foi eleita, Benny já sofreu uma série de violências. Em dezembro de 2020, antes de ser empossada, Benny esteve no parlamento para acompanhar uma sessão. Na ocasião, um grupo de bolsonaristas liderados por Douglas Gomes se reuniam na frente da Câmara Municipal. No microfone, o referido vereador incitava seus eleitores a atacar a vereadora Benny. Sob xingamentos e ameaças, a parlamentar eleita precisou ser retirada da Câmara escoltada pela Guarda Municipal, que foi acionada por outros vereadores para assegurar sua integridade física”.

A nota informa ainda que a vereadora chegou a receber um e-mail citando seu endereço que exigia sua renúncia do cargo, caso contrário iriam até sua casa matá-la. Além disso, Benny recebeu comentários em suas redes sociais desejando que “a metralhadora do Ronnie Lessa” a atingisse.

Ronnie Lessa é um Policial Militar reformado que foi preso acusado pelos homicídios da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Lessa era vizinho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seu filho Carlos, no condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, e é apontado como chefe da milícia de Rio das Pedras de Gardênia Azul, ambas na zona este do Rio.

No comunicado publicado nas redes sociais de Benny Briolly, é informado que a “Mandata já comunicou, informou e oficiou várias instâncias do Estado brasileiro sobre a grave situação. Mas até o momento não foram tomadas medidas efetivas que protejam sua vida e seus direitos políticos”, e que por isso a parlamentar precisou sair do país.

Benny seguirá acompanhando as sessões plenárias da Câmara Municipal de Niterói, que estão sendo virtuais, por conta da pandemia.

Leia a nota completa.

A vereadora Benny Briolly precisou sair temporariamente do país por conta de ameaças a sua integridade física. Não é de hoje que parlamentares negras, travestis, mulheres, LGBTQIA + e defensoras dos direitos humanos sofrem com a violência política dentro e fora dos espaços legislativos e de tomadas de decisões. Essa prática é fruto da estrutura patriarcal e racista que desumaniza nossos corpos e teme o avanço do nosso projeto político de transformação da sociedade.

Desde que foi eleita, Benny já sofreu uma série de violências. Em dezembro de 2020, antes de ser empossada, Benny esteve no parlamento para acompanhar uma sessão. Na ocasião, um grupo de bolsonaristas liderados pelo também eleito Douglas Gomes se reuniam na frente da Câmara Municipal. No microfone, o referido vereador incitava seus eleitores a atacar a vereadora Benny. Sob xingamentos e ameaças, a parlamentar eleita precisou ser retirada da Câmara escoltada pela Guarda Municipal, que foi acionada por outros vereadores para assegurar sua integridade física.

De lá para cá, são incontáveis as agressões que sofre nas ruas e nas redes. Como, por exemplo, um e-mail citando seu endereço que exigia sua renúncia do cargo; caso contrário iriam até sua casa mata-la. Além disso, Benny recebeu comentários em suas redes sociais desejando que “a metralhadora do Ronnie Lessa” a atingisse.

Paralelo a isso, uma série de incidentes de segurança tem nos deixado cada vez mais alerta. As instituições que atuam na proteção de defensoras de direitos humanos e têm acompanhado esses acontecimentos estão cada vez mais preocupadas com o aumento do risco. 

Nossa Mandata já comunicou, informou e oficiou várias instâncias do Estado brasileiro sobre a grave situação. Mas até o momento não foram tomadas medidas efetivas que protejam sua vida e seus direitos políticos.

Para assegurar sua vida, o Psol precisou tomar uma medida drástica de tirar Benny do país. O que é absurdo e incompatível com o Estado democrático. Benny segue acompanhando as sessões plenárias da Câmara Municipal de Niterói, que por conta da Pandemia estão sendo virtuais.

Toda a equipe da Mandata de Favela segue firme trabalhando com muitas ações legislativas e a frente da Comissão de Direitos Humanos, da Criança e do Adolescente que a vereadora preside. Porém é inegável que o afastamento cercea seus direitos políticos e prejudica profundamente o exercício do cargo para qual Benny foi eleita: vereadora de Niterói.

Não aceitaremos! Seguimos cobrando providências, para que tão logo ela possa retornar.
#BennyNãoEstáSó #TôDeOlhonaBenny” 

*IstoÉ



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