Fraude de e-mails e falsificação de carimbos: como uma quadrilha obtinha registros para médicos falsos

Uma investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) revelou a atuação de uma quadrilha que falsificava documentos de faculdades de medicina para obter registros nos conselhos regionais e vender a falsos médicos.

De acordo com informações divulgadas no programa Fantástico, da TV Globo, no domingo (2), a quadrilha produzia documentos muito semelhantes aos originais, inclusive reproduzindo o logotipo de universidades, como a Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Os criminosos também criaram carimbos com os nomes de funcionários reais da instituição de ensino e imitaram suas assinaturas para verificação de documentos falsos. Pelo menos 65 registros com documentos fraudulentos foram obtidos junto ao Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj).

Conforme a reportagem, além da falsificação dos documentos, os criminosos criaram e-mails falsos em nome das universidades, uma vez que são as instituições de ensino que enviam a primeira documentação dos estudantes formados para os conselhos regionais de medicina.

Entre os investigados está Diego da Silva Jacome de Lima, que afirmou em depoimento ser enfermeiro e ter pago R$ 45 mil por documentos falsos com o logotipo da Uneb.

Outra investigada é Cássia Santos de Lima Menezes, que, segundo a reportagem, possui formação em enfermagem e gastou R$ 400 mil nos documentos. Ela relatou que chegou a trabalhar em plantões e conheceu uma quadrilha através de outra enfermeira que participava do esquema. O advogado de Cássia afirmou ao Fantástico que ela é inocente e já prestou esclarecimentos à Polícia.

No mês passado, a PF realizou prisões na operação denominada Catarse. Valdelírio Barroso Lima, Reinaldo Santos Ramos e Francisco Gomes Inocêncio Junior foram detidos, enquanto Ana Maria Monteiro Neta, apontada como líder da quadrilha, encontra-se foragida. Suspeita-se que ela tenha usado o próprio esquema para se passar por uma falsa médica.

Em resposta ao Fantástico, a Uneb declarou que os documentos recebidos pelo Cremerj são ilegítimos. O Cremerj informou que a investigação teve início após uma função detectar documentos falsos, e o órgão alterarou o processo de verificação, anulando os 65 registros fraudulentos.



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