O mercado de trabalho brasileiro ainda é um espaço de reprodução da desigualdade racial. Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelam que a taxa de desocupação dos negros é sistematicamente maior do que dos demais trabalhadores.
Apesar de representar 56,1% da população em idade de trabalhar, os negros correspondem a mais da metade dos desocupados (65,1%). No caso das mulheres negras, a taxa de desocupação é ainda maior, chegando a 11,7%.
Essas desigualdades se refletem também nas condições de trabalho. Quando conseguem emprego, os negros têm mais dificuldade de ascender profissionalmente e estão em maior proporção em ocupações informais e com menores salários.
No segundo trimestre de 2023, os negros ganhavam, em média, 39,2% a menos que os não negros. Mesmo quando comparados os rendimentos médios de negros e não negros na mesma posição na ocupação, os negros estão em desvantagem.
O Dieese aponta que essas desigualdades são resultado de um processo histórico de discriminação racial, que ainda persiste na sociedade brasileira.
O que fazer para combater a desigualdade racial no mercado de trabalho?
A luta contra a desigualdade racial no mercado de trabalho passa por uma série de ações, como:
- Educação: é preciso promover a conscientização sobre o racismo e suas consequências, para que a população entenda que a desigualdade racial é um problema estrutural da sociedade brasileira.
- Legislação: é necessário fortalecer a legislação antidiscriminatória, para que os direitos dos negros sejam efetivamente garantidos.
- Políticas públicas: é preciso implementar políticas públicas que promovam a igualdade racial no mercado de trabalho, como programas de qualificação profissional e de inclusão de negros em empresas.
O combate à desigualdade racial no mercado de trabalho é uma tarefa complexa, mas é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.