Empresas baianas buscam mercado na América do Sul

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Com a crise econômica do Brasil e a retração do mercado interno, algumas empresas nacionais começaram a buscar mercados alternativos em países vizinhos. E duas companhias baianas que integraram recentemente uma missão liderada pela Agência de Promoção de Exportações (Apex) na Bolívia e no Paraguai esperam colher bons resultados mais adiante.

Especializada no fornecimento de soluções tecnológicas para a construção civil, a Engpiso espera vender R$ 400 mil aos dois países. “Cerca de 15% desse valor vem de transferência de tecnologia”, afirma o engenheiro Raymundo Dórea, diretor de negócios da Engpiso, Engenharia e Soluções Integradas Ltda.

Ele esteve em Assunção, capital do Paraguai, e em Santa Cruz de la Sierra, maior cidade da Bolívia, como um dos integrantes do Projeto Extensão Industrial Exportadora – Peiex-Sebrae, que ajuda pequenas empresas do setor industrial brasileiro. “Essa foi a  primeira missão internacional do Peiex  objetivando a internacionalização das empresas brasileiras”, declarou Dórea.

No total, foram 40 empresas de todo o Brasil. Dórea  ressalta que a Engpiso foi a única empresa do Nordeste no segmento da construção civil. “Com a crise no Brasil, começamos a buscar países vizinhos”, explicou o empresário.

Com 50 anos de existência, a Indeba, Indústria de Detergentes da Bahia, foi a outra empresa do estado presente à viagem. Fundada em 1966 pelo imigrante espanhol José Rosário, a indústria, que  é especializada em produtos para a limpeza de empresas, como hotéis, lavanderias e restaurantes, está fazendo contatos no Paraguai e na Bolívia e espera fechar vendas em breve. “Esses países estão crescendo muito e não fabricam  produtos de limpeza industrial”, afirma o gerente comercial da Indeba, Ricardo Dias, que viajou representando a empresa.

Dias explica que a viagem teve um cunho técnico, pois a Indeba vai precisar adequar a produção às normas ambientais dos dois países e reunir informações sobre a legislação e os procedimentos de limpeza em cada setor da economia.

“Nos países vizinhos há oportunidades também para microempreendedores  individuais que trabalham com artesanato e moda, por exemplo”, afirma o gerente de acesso a mercados do Sebrae, José Nilo Meira. Ele explica que a participação do Sebrae nos programas de exportação está vinculada à capacitação dos empresários, com o trabalho de consultores que dão dicas sobre design e embalagens, por exemplo.

No caso da Engpiso, a participação do Sebrae na capacitação ocorre ao longo dos últimos anos, com foco em inovação (Programa ALI, consultorias nas áreas de inovação e internacionalização), cursos EAD/Sebrae Planejamento para Exportar e Procedimentos para Exportação, presencial Treinamento em Comércio Exterior (Rede Nacional de Agentes de Comércio Exterior,  a Redeagentes), participações em missões para Panamá e Cuba, e o Programa de Capacitação Internacionalização) junto com a Fieb/CIN.

Paraguai e Bolívia atraentes

Sétimo maior exportador mundial de carne e quarto de soja, o Paraguai experimentou o  terceiro maior crescimento econômico no ano de 2013, com taxa de 14,1%. Em 2014, o setor da construção, que interessa diretamente à Engpiso, cresceu 14,9%. No ano passado, enquanto o Brasil experimentou uma retração de 3,8%, a economia paraguaia cresceu 3%.

Apoiada pelas exportações de gás, a Bolívia teve um crescimento médio de 5% entre 2006 e 2014, tornando-se uma das economias mais dinâmicas da região. A renda que o país obteve com a venda de  petróleo e gás em 2015 foi de US$ 3,5 bilhões.

“São países que têm atraído a atenção dos empresários brasileiros”, afirmou o engenheiro Raymundo Dórea. O Peru e a Colômbia são outros países que estão no radar do empresariado brasileiro e devem fazer parte da próxima missão comandada pela Apex. (A Tarde)



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