Com pandemia, dobra proporção de crianças que têm déficit de aprendizagem

crianças apresentam déficit de aprendizagem
Foto: Gil Leonardi

No Brasil, a porcentagem de crianças do 2º ano do ensino fundamental que ainda não sabem ler e escrever, nem mesmo palavras isoladas (como “mesa” e “vovô”), mais que dobrou de 2019 a 2021. É o que apontam os dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), divulgados nesta sexta pelo Inep.

O índice subiu de 15% para 34% nesses dois anos, justamente quando as aulas presenciais foram suspensas por causa da pandemia de Covid. O desempenho foi calculado a partir de uma prova nacional com alunos de escolas públicas e privadas. As edições anteriores do exame ainda não contemplavam essa faixa etária.

“O Saeb 2021 também atesta os efeitos mais acentuados da pandemia nas redes de ensino com menor infraestrutura, que não puderam oferecer conectividade a seus estudantes e professores, o que foi agravado pela condição socioeconômica das famílias mais vulneráveis”, avalia a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

Os dados indicam um atraso pedagógico, já que, desde 2019, a Política Nacional de Alfabetização estipula que o processo de aprendizagem da leitura e da escrita aconteça no 1º ano do ensino fundamental, quando os estudantes têm, em média, 6 anos.

Problemas na aprendizagem podem ser ainda mais alarmantes

Segundo especialistas, a situação pode ser ainda mais preocupante, já que, quando a avaliação foi aplicada (em novembro e dezembro do ano passado), muitas escolas ainda não haviam voltado para o formato 100% presencial. Provavelmente, no caso delas, a adesão ao exame foi menor do que a registrada nos colégios que já estavam funcionando normalmente.

Os problemas na aprendizagem podem ser ainda mais alarmantes, já que estados como Roraima registraram taxas de participação no exame abaixo de 50%.

Veja mais notícias no blogdovalente.com.br e siga o Blog no Google Notícias



Veja mais notícias no blogdovalente.com.br e siga o Blog no Google Notícia