O Ministério das Relações Exteriores anunciou que mais quatro países voltaram a permitir a importação de carne bovina brasileira, seguindo o exemplo da China, que anunciou a reabertura das importações após um mês de embargo causado por um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) no Pará.
No entanto, o Itamaraty não informou quais são esses países, apenas destacou que ainda existem seis países que bloqueiam o produto: Bahrein, Cazaquistão, Catar, Irã, Rússia e Tailândia.
Segundo o comunicado, desde o anúncio do caso de EEB, o Ministério das Relações Exteriores tem atuado para evitar fechamentos indevidos de mercados por meio de sua rede de embaixadas, monitorando ativamente os riscos em 15 países.
Em quatro casos, foi possível evitar o fechamento do mercado, enquanto em outros cinco, incluindo a China, os mercados foram momentaneamente fechados, mas já reabertos. O Itamaraty continua trabalhando para reabrir os seis mercados remanescentes.
O governo brasileiro recebeu com satisfação a notícia da reabertura da China à carne bovina brasileira, resultado de intensas gestões diplomáticas seguidas da visita do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ao país asiático.
Ele participou de reuniões com autoridades chinesas, seminários e encontros com o setor produtivo antes da chegada do presidente Lula, que desembarcará na China na segunda-feira (26) para uma semana de viagem oficial com uma comitiva de ministros, parlamentares e empresários.
O Brasil não registrou casos clássicos de vaca louca, causada pela ingestão de carnes e pedaços de ossos contaminados. A doença é provocada por um príon, molécula de proteína sem código genético, e é uma doença degenerativa também chamada de encefalite espongiforme bovina, que consome o cérebro do animal, tornando-o comparável a uma esponja.
A ingestão de carne e de subprodutos dos animais contaminados com os príons pode provocar nos seres humanos a encefalopatia espongiforme transmissível. No fim dos anos 1990, houve um surto de casos de mal da vaca louca em humanos na Grã-Bretanha, que provocou a suspensão do consumo de carne bovina no país por vários meses. Na ocasião, a doença foi transmitida aos seres humanos por meio de bois alimentados com ração animal contaminada.
