“Cadeia é longa, mas não é perpétua”, diz preso que vendia drogas pelo whatsapp

Comércio online de drogas de Leonardo Sampaio, 24 anos, foi desmontado na noite da última segunda-feira (6) após policiais militares prendê-lo enquanto transportava cerca de 1 kg de maconha em uma mochila na Alameda das Espatódeas, no bairro Caminho de Areia. O suspeito usava o aplicativo Whatsapp para vender os entorpecentes para estudantes universitários frequentadores de festas eletrônicas. Ele foi apresentado à imprensa na manhã desta terça-feira (7).

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De acordo com a delegada Maria Selma, titular da 16ª Delegacia (Pituba), Leonardo passava pelo local quando avistou uma guarnição da 35ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Iguatemi). Ele parou abandonou o veículo e seguiu andando a pé, com a mochila nas costas. Ao perceber a ação, os policiais abordaram o suspeito, com quem estava a droga.

Whatsapp
Após efetuar a prisão, o celular de Leonardo foi averiguado. Nele, a polícia identificou um grupo no aplicativo Whatsapp pelo qual ele comercializava drogas como haxixe, Ecstasy, LSD, maconha e anestésico para cavalo. Através do aplicativo, o suspeito comercializava as drogas para estudantes universitários e em festas eletrônicas.

“O nome do grupo era ‘Bonde Fritação’. Nesse grupo ele recebia os pedidos, enviava fotos para as pessoas para mostrava as drogas que estava vendendo. Da hora que o flagrante foi registrado, o celular só parou de tocar quando a bateria descarregou. Muitas pessoas fazendo pedidos, pedindo para ver fotos”, disse a delegada.

De acordo com Maria Selma, além do grupo no whatsapp, a droga também era comercializada por um perfil na internet com o mesmo nome do grupo. Além dele, a polícia apura a participação de outro suspeito na venda dos entorpecentes, mas não divulgou o nome para não atrapalhar as investigações.  “Não podemos dizer para não atrapalhar, mas já temos identificação”, disse.

Ainda conforme a delegada, a polícia investiga se Leonardo possuía dívidas com traficantes. “Ele pediu para ver a namorada pela última vez, como se tivesse deixando a entender que se fosse preso poderia ser morto. Estamos apurando”, disse a delegada.

Suborno
Para não ser preso, Leonardo ainda tentou subornar policiais, oferecendo uma quantia em espécie. Por conta disso ele também responderá por tentativa de suborno.

“Ele chegou a subornar os policiais, ofereceu R$ 3.000. Ligou para a namorada para levar o dinheiro no local. Quando ele entregou o dinheiro, os policiais trouxeram os dois para a delegacia. Os policiais entregaram o dinheiro no momento do flagrante”, disse a delegada.

Durante a apresentação na 16ª Delegacia, o Leonardo disse que foi “espancado pelos policiais” e “obrigado a entregas a quantia”. Procurada pelo CORREIO, a PM não se posicionou até o fechamento desta reportagem.

Na delegacia, a namorada de Leonardo, que está gravida de 3 meses e não teve a identidade revelada, disse para a delegada que não possuía envolvimento e que apenas sabia que Leonardo era usuário de drogas.

“Ela não tem antecedentes criminais. É estudante de publicidade e propaganda, disse que falava para ele para parar com o uso de drogas”, explicou a delegada. A namorada de Leonardo foi ouvida e liberada em seguida. Já Leonardo será encaminhado para o Sistema Prisional, onde aguardará julgamento. Ele possui passagem na polícia por tráfico de drogas e por conduzir veículo sem habilitação.

Durante apresentação à imprensa, Leonardo se limitou a dizer que era “inocente” e ironizou a circunstância. “Cadeia é longa, mas não é perpétua”, disse. Em depoimento à delegada, o suspeito disse que trabalhava como promotor de vendas e que estava desempregado. Leonardo mora sozinho no bairro da Boca do Rio.

*Correio



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