O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) expressou à CNN no Aeroporto de Brasília, na noite de sexta-feira (30), que considera sua recente inelegibilidade até 2030, decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como “perseguição” e um ato de “abuso de poder político”.
Bolsonaro afirmou: “É inegável que estou sendo perseguido. A votação de hoje confirma isso. Abuso de poder político? Onde está a jurisprudência de 2017 que deveria ter sido respeitada? Parece que a jurisprudência é aplicada conforme o rosto do cliente”.
Além disso, ele questionou a recente substituição de dois ministros no TSE, esperando: “Por que dois ministros do TSE foram substituídos para meu julgamento? Por que não julguei com os anteriores?”. Ele se referia à posse de Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares, que tomaram posse como ministros efetivos do TSE no final de maio e votaram pela representação de Bolsonaro.
O TSE, em resposta, optou por não comentar as declarações de Bolsonaro, mas enfatizou que a alteração dos ministros é um processo regular devido ao fim dos respectivos mandatos.
Marques e Tavares assumiram as vagas destinadas aos juristas após a conclusão dos mandatos dos ministros Sérgio Banhos e Carlos Horbach, em 17 e 18 de maio, respectivamente. Na sexta-feira (30), o TSE decidiu pela inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por oito anos, com o placar final de 5 a 2.
Os ministros concluíram, em sua maioria, que Bolsonaro cometeu abuso de poder político e utilizou temporariamente os meios de comunicação durante uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho de 2022, onde se rejeitou sem testemunhar o sistema eleitoral. A reunião foi transmitida pela TV Brasil e pelos perfis de mídia social do então presidente. A ação que culminou na decisão foi apresentada pelo PDT.