EUA indiciam brasileiro por lavagem de dinheiro ligado a grande esquema de fraude

Um segundo brasileiro foi indiciado por conspirar para lavar dinheiro, em ligação com uma grande fraude nos Estados Unidos, num caso que levou à descoberta de 17 milhões de dólares em dinheiro vivo sob um colchão num apartamento de Massachussets.

Leonardo Casula Francisco foi indiciado na terça-feira em acusação apresentada na corte federal de Boston e que também citou outro brasileiro, Cleber Rene Rizerio Rocha, preso em janeiro.

Casula, de 30 anos, está no Brasil, segundo a procuradoria norte-americana em Boston. Não foi possível identificar o advogado de Casula. O representante de Rocha, Raymond Sayeg, disse que o seu cliente planejava se declarar inocente.

O caso veio à tona a partir de uma investigação sobre a TelexFree, uma empresa de Massachusetts de serviço de telefone via internet, fundada por James Merill, um cidadão norte-americano, e Carlos Wanzeler, brasileiro e tio de Casula.

Promotores disseram que a TelexFree era um esquema de pirâmide, fazendo pouco dinheiro com a venda dos seus serviços e ao mesmo tempo tomando milhões de dólares de milhares de pessoas que pagavam para ser “divulgadores” e veicular anúncios online.

A TelexFree entrou com pedido de falência em 2014. Os promotores disseram que 965.225 vítimas nos EUA, Brasil e outros países perderam 1,76 bilhão de dólares quando ela ruiu.

Merrill, que foi preso em maio de 2014, deve receber a sua sentença em 22 de março depois de se declarar culpado.

Wanzeler fugiu para o Brasil em 2014, e sua extradição não foi possível. Em fevereiro, promotores federais do Espírito Santo apresentaram acusações contra 22 pessoas pelo envolvimento delas com a TelexFree, entre elas Wanzeler e Casula.

De acordo com o indiciamento de terça-feira, Casula pediu em 2015 a uma testemunha que coopera com o caso ajuda para a transferência de dinheiro da fraude, que estava escondido na região da Grande Boston.

A dupla concordou que alguém seria enviado para os EUA para entregar o dinheiro à testemunha, que enviaria os recursos para contas em Hong Kong, de onde ele seria transferido para o Brasil, disseram os promotores.

Em dezembro, Casula enviou Rocha para os EUA para entregar o dinheiro à testemunha, segundo o indiciamento.

Os promotores afirmaram que depois da reunião em que Rocha deu à testemunha 2,2 milhões de dólares numa mala, agentes federais seguiram Rocha até um complexo de apartamentos em Massachusetts.

Eles voltaram ao local depois de prender Rocha para encontrar 17 milhões de dólares escondidos sob um colchão, disseram os promotores.

*R7



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