Guedes apresenta proposta de reforma tributária com fusão de impostos federais

O governo federal entregou, nesta terça-feira (21), a primeira parte de sua proposta de Reforma Tributária ao Congresso Nacional. Acompanhado do secretário da Receita Federal, José Tostes, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se reuniu pessoalmente com o presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para entregar o texto.

A proposta prevê a criação da Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), unificando em um único tributo sobre bens e serviços o PIS e Cofins, que serão extintos.

O texto entregue ao Legislativo é apenas a primeira parte da proposta oficial do governo, que, entre outras mudanças, deverá incluir tributação do pagamento de dividendos e a criação de um novo imposto sobre transações financeiras, semelhante à antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A expectativa é de que em agosto, o governo encaminhe esta segunda parte.

Com o recebimento da proposta, a Comissão Mista, com deputados e senadores, deve retomar o debate sobre a simplificação do sistema tributário brasileiro.

A proposta de reforma tributária do governo federal vem se arrastando há quase um ano. Desde setembro do ano passado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmava que o projeto do governo seria entregue “na semana que vem”. Em março, Guedes, novamente, prometeu a reforma para a semana seguinte.

Desta vez, finalmente, ela veio. Porém, foi apresentada com um IVA unificando apenas os impostos federais. Isso pode trazer um problema para Guedes ver o seu projeto aprovado no Congresso.

Isso acontece porque o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, quer aproveitar que os governadores se colocaram de maneira favorável à unificação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que tem os estados como responsáveis, como parte de um IVA nacional.

E agora o governo precisará convencer o Congresso que a sua proposta é melhor do que as já que tramitam no Congresso. A PEC-45, criada pelo Centro de Cidadania Fiscal, tem como base a fusão dos impostos ICMS, PIS e Confins, de competência federal, ICMS, ligado aos estados, e o ISS, cobrado pelos municípios. Essa junção seria realizada em um horizonte de dez anos por meio de um Imposto de Valor Agregado (IVA).

No caso do Senado Federal, está em andamento a PEC-110, que tem como base o texto do projeto PEC-293/2004 relatada pelo ex-deputado federal Luiz Carlos Hauly e aprovada em comissão especial da Câmara em 2018. A proposta é mais radical do que a PEC-45 – extingue oito tributos federais (IPI, IOF, CSLL, PIS, Pasep, Cofins, Salário-Educação e Cide-Combustíveis), o ICMS (estadual) e o ISS (municipal).

No lugar, seriam criados um imposto sobre o valor agregado de competência estadual, chamado de Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS), e um imposto sobre bens e serviços específicos (Imposto Seletivo), de competência federal.

No caso de uma criação de um imposto sobre transações digitais, nos moldes da CPMF, o problema pode ser ainda maior. Maia já afirmou que a sociedade já ‘paga impostos demais’. Como o governo gostaria de utilizar parte desses recursos para custear o Renda Brasil, que unificaria todos os programas sociais em um só benefício, pode ser que haja a necessidade de uma mudança de planos.

Fonte: CNN



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